Monday, March 26, 2007

Portugal a 91%...



Segundo a edição de hoje do jornal "24 horas", Luiz Felipe Scolari "deverá riscar o nome de Deco das próximas convocatórias da Selecção Nacional" porque "não gostou da forma como o médio abdicou da Selecção."

Perante a falta de declarações, desmentidos ou confirmações sobre a questão, só as próximas convocatórias poderão tirar as dúvidas relativamente a este rumor. A não ser que até lá alguém o faça.

Na minha opinião, Deco é português apenas de BI e por conveniência em termos de carreira desportiva. Na realidade, é um brasileiro que chegou já adulto a Portugal, para representar o Benfica. Os anos de residência e trabalho permitiram a dupla nacionalidade, situação que faz de Deco português em termos legais. Será isso suficiente para representar uma selecção nacional?

A naturalização permitiu a sua utilização na selecção, a qual foi polémica e nunca deveria ter acontecido. Em primeiro lugar porque Deco não é português e em segundo lugar porque Deco ocupa o lugar de um jogador nacional. Quais terão sido os jogadores nacionais que se viram afastados, devido à presença de Deco, das convocatórias para o Europeu de 2004 e Mundial de 2006?

Quantos jogadores estrangeiros no passado, mesmo em fases de menor qualidade na nossa selecção, estiveram legalmente disponíveis para a selecção? Agora fala-se também de Pepe. Faz sentido convocar mais um brasileiro e retirar mais um lugar a um português?

Independentemente da qualidade de Deco, não gosto de o ver jogar pela selecção e, em caso de golo do brasileiro (como já aconteceu), tem um sabor estranho, ou melhor, não tem o mesmo sabor. E o pouco que tem, deve-se ao facto de ser resultado de um esforço colectivo.

Mesmo que a notícia do jornal "24 horas" se confirme, deverá ser apenas um castigo temporário por parte do seleccionador. E em breve voltaremos a jogar com dez portugueses e um brasileiro, ou seja, um onze com 91% de jogadores portugueses, sendo os restantes 9% ocupados pelo brasileiro Deco.

Não fez, não faz e nunca fará sentido. Não havia necessidade...

No comments: