Finalmente começo a ver um sentimento, mais generalizado, de revolta relativamente ao actual (des)Governo do nosso país. Inicialmente a ofensiva contra os funcionários públicos, baseada em medidas sempre bem argumentadas pelo governo, e mal questionadas pela imprensa e todos os que fazem a sua opinião à luz do que nela ouvem, vêem e lêem, parecia aplaudida pela generalidade. E aqui destaco a ofensiva, muitas vezes sem o mínimo de respeito, contra os docentes, a qual não passou apenas por reformas (ao contrário do que foi argumentado, nada benéficas para os alunos) mas também pela degradação, na praça pública, da imagem dos mesmos.
Finalmente, o governo inicia as suas reformas no sector da Saúde com a intenção de encerramento de serviços e Centros de Saúde. E aqui surge o finalmente porque toca a todos. Mais a uns do que a outros mas já começa a mexer, de forma desconfortável, com uma considerável fatia da população. Aqui, talvez muitos dos que aplaudiam o governo, comecem a perceber o sentido das medidas que o mesmo está a tomar. O sentido do desrespeito pelas condições mínimas, tendo apenas como objectivo (o mesmo que está na base de todas as alterações, sobretudo as da Educação) a poupança e o corte de despesas.
Mas não serão áreas como a Educação, a Saúde ou a Segurança, sectores fundamentais e prioritários na definição da qualidade de vida de um país e desenvolvimento do mesmo? Não serão áreas onde o país não pode ser visto e gerido como uma empresa, sendo o “lucro” das mesmas o bem-estar e a evolução da população?
Face a tudo o que vejo, neste momento tenho um sonho...sonho com a estagnação do nosso país. Prefiro a estagnação à regressão a que o governo de José Sócrates nos conduz. Pego num jornal e vejo-a lá. À noite vejo televisão e a regressão e o atraso estão à vista de quem quiser ver. Resta-me desligar a televisão, fechar os olhos e sonhar com a estagnação do, cada vez mais miserável pais, que ainda o é e se chama...Portugal.